terça-feira, fevereiro 12, 2013

Redes aéreas, até quando?

Um exemplo da necessidade de revisão tecnológica e comportamental para maior segurança nas cidades. Redes aéreas são perigosas, mais ainda quando a população não é advertida do que existe sobre suas cabeças. Campanhas de segurança? Educação? http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/carnaval/2013/noticia/2013/02/incendio-em-carro-alegorico-de-santos-deixa-mortos-dizem-bombeiros.html http://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/02/homem-morre-eletrocutado-em-trio-eletrico-do-me-abraca-em-salvador.html http://www.copel.com/hpcopel/redesub/apresentacao.html http://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/02/homem-morre-eletrocutado-em-trio-eletrico-do-me-abraca-em-salvador.html

Açodamento, omissão e oportunismo



A Medida Provisória 579 (MP 579 - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO DE 2012.), que regulamentou a renovação de concessões no Setor Elétrico, é a demonstração triste de como decisões de interesse geral e imensamente importantes acontecem no Brasil.
Energia é assunto sério, político e técnico. O Brasil formou seu sistema de geração de grande porte no formato que conhecemos a partir da década de 40 do século passado. Grandes hidrelétricas e termoelétricas surgiram. A integração do sistema de geração e transmissão forma o SIN  (O que é o SIN - Sistema Interligado Nacional) que só não alcançou uma estrutura ideal graças a erros frequentes de planejamento por consequência da instabilidade econômica e política nacional.
As concessionárias “ganharam” a prorrogação de concessões. Sem entrar no mérito da remuneração, feita para agradar exportadores e uma indústria que precisa competir com países onde o trabalho tem leis (e impostos) completamente diferentes das brasileiras, devemos analisar o que se perdeu nesse processo onde a racionalização da produção e consumo de energia elétrica foram esquecidos.
As nossas grandes usinas mais antigas foram dimensionadas a partir de estudos de cenários que mudaram tremendamente. Centrais geradores projetadas para operar em sistemas isolados e com estatísticas de hidraulicidade discutíveis, se comparadas ao que temos agora (após a derrubada de imensas florestas e o crescimento de grandes cidades) deveriam ser reavaliadas e relicitadas para se obter maior proveito do que existe, assim como na aplicação de conceitos de uso múltiplo das águas e sustentabilidade.
Paralelamente vem a questão eletromecânica. Qual a confiabilidade dessas usinas? Como a ANEEL calculará os custos de manutenção e operação?
Finalmente existe a necessidade de se analisar os reservatórios em relação ao assoreamento (Assoreamento). O susto causado pela estiagem pode ter muitas explicações, melhor ainda, parece ser o somatório de muito academicismo com ignorância em relação ao que existe.
E o oportunismo, faz sentido reduzir o custo da energia? Para quem? Por que não fazê-lo mais criteriosamente? Energia não deve, não pode ser desperdiçada. A produção, transformação, transporte e distribuição de eletricidade significa transferir energia de um lugar para outro, criando-se polos de irradiação energética que se transformam, pensando na entropia, em calor.
Por que estranhar os efeitos climáticos dessas transformações de energia e só falar em CO2? Tarifas?
Vimos, no Brasil, o que os acadêmicos qualificam como um reducionismo perigoso e pouco inteligente, a concentração do tema energia elétrica em tarifas, custos. E o resto? Pelo menos em relação ao futuro do Brasil e ao interesse ético ao povo brasileiro, entendendo-se por ética, nesse caso, o conjunto de regras e comportamentos necessários e suficientes a crescimento justo e sustentável, a MP 579 é sofrível.
Escapamos, provavelmente, de um enorme racionamento. O fraco desenvolvimento econômico, a entrada de novas usinas (termoelétricas e em breve as usinas do Rio Madeira) e expectativa de um crescimento fraco em 2013 dá tranquilidade ao governo.
Em essência podemos concluir que a MP 579 não viabilizou a otimização do potencial energético (eletricidade) e desconsiderou a importância de ajustes das centrais geradoras antigas às condições atuais de uso múltiplo das águas, aprimoramento de instalações, uso racional da energia e defesa do meio ambiente (Leitão, 2013).
Vale, merece repetição à exaustão: perdeu-se uma oportunidade importantíssima de aprimoramento das usinas e de racionalização da produção e utilização da eletricidade.
O problema é que os governos passam e os problemas mal resolvidos poderão criar outros maiores.
Como corrigir o que fizeram?

Cascaes
9.2.2013

Assoreamento. (s.d.). Fonte: Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Assoreamento
Constituição Federal. (s.d.). Fonte: Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Leitão, M. (12 de 2 de 2013). Peso dos derivados. Fonte: O Globo BLOGS: http://oglobo.globo.com/economia/miriam/
MP 579 - MEDIDA PROVISÓRIA Nº 579, DE 11 DE SETEMBRO DE 2012. (s.d.). Fonte: planalto.gov.br: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/mpv/579.htm
O que é o SIN - Sistema Interligado Nacional. (s.d.). Fonte: ONS: http://www.ons.org.br/conheca_sistema/o_que_e_sin.aspx

segunda-feira, fevereiro 04, 2013

De tudo isto, é de se imaginar se os consumidores irão utilizar o valor que foi economizado da redução tarifária para poupança ou investimento. Ou se aumentarão os seus níveis de consumo de energia, mantendo os valores históricos de pagamento.


De: Luis Eduardo Knesebeck [mailto:luis_eduardo_knesebeck@yahoo.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 25 de janeiro de 2013 11:40
Para: Joao Cascaes
Assunto: Mais do mesmo?

O jornal O Globo publicou neste último dia 10 uma notícia de que o governo estuda incorporar as usinas termelétricas no modelo energético básico do país. Isto significa dizer que estas usinas não passarão a ser usadas exclusivamente como ´back up´ das hidrelétricas, mas sim serão despachadas na operação normal do sistema. Esta mudança foi endossada por técnicos, ao dizer que o modelo de construção de usinas hidrelétricas a fio d´água (com pequeno reservatório de acumulação) não permite a estocagem de água, como nas usinas mais antigas.

Isto nos remete a uma consequência já admitida pelas autoridades governamentais, a de que a operação térmica importará em mais custo na tarifa paga pelo consumidor. Com a diferença que este custo será permanente e não temporário, como se tem dito nos últimos dias!

Lembrando da promessa da presidente Dilma de redução dos preços de luz para os brasileiros, já sabemos que o valor original prometido para o desconto foi mais prejudicado pela não adesão das usinas da CESP e CEMIG à renovação antecipada das concessões. ...e que a redução das tarifas de transmissão também incluiu na medida provisória um ressarcimento mensal para as transmissoras ao longo do novo prazo da concessão, que na prática significa uma adição a tarifa. ...e que os novos valores deverão ser reajustados na próxima revisão tarifária das distribuidoras, obviamente para cima devido ao uso de geração térmica em 2011-2012 ...e que...!

De tudo isto, é de se imaginar se os consumidores irão utilizar o valor que foi economizado da redução tarifária para poupança ou investimento. Ou se aumentarão os seus níveis de consumo de energia, mantendo os valores históricos de pagamento. Se a indústria e o comércio aproveitarem este momento favorável para investir esta sobra de caixa em, por exemplo, ações de eficientização, a iniciativa da presidente deverá ser aplaudida. Mas, por outro lado, se esta redução na tarifa de luz acarretar aumento no consumo de energia no país passaremos a conviver com mais do mesmo: alto consumo e ineficiência energética!

Luis Eduardo Knesebeck (luis_eduardo_knesebeck@yahoo.com.br) é conselheiro master da Associação de Profissionais da Copel e gestor do Clube de Investimentos Iguaçu.